terça-feira, 27 de abril de 2010

FAQ Perguntas Frequentes


1. Quando o Serviço Social surgiu?

As primeiras escolas de Serviço Social surgiram no Brasil no final da década de 1930 quando se desencadeou no país o processo de industrialização e urbanização. Nas décadas de 40 e 50 houve um reconhecimento da importância da profissão, que foi regulamentada em 1957 com a lei 3252.

Acompanhando as transformações da sociedade brasileira, a profissão passou por mudanças e necessitou de uma nova regulamentação: a lei 8662/93. Ainda em 1993 o Serviço Social instituiu um novo Código de Ética expressando o projeto profissional contemporâneo comprometido com a democracia e com o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos.

A prática profissional também é orientada pelos princípios e direitos firmados na Constituição de 1988 e na legislação complementar referente às políticas sociais e aos direitos da população. Não pode haver qualquer tipo de discriminação no atendimento profissional.

2. O que faz o assistente social?
Realiza estudos e pesquisas para avaliar a realidade e emitir parecer social e propor medidas e políticas sociais; planeja, elabora e executa planos, programas e projetos sociais; presta assessoria e consultoria a instituições públicas e privadas e a movimentos sociais; orienta indivíduos e grupos, auxiliando na identificação de recursos e proporcionando o acesso aos mesmos; realiza estudos socioeconômicos com indivíduos e grupos para fins de acesso a benefícios e serviços sociais; atua no magistério de Serviço Social e na direção de Unidade de ensino e Centro de estudos.

3. Qual o salário do assistente social?
A Tabela de Honorários Profissionais do Serviço Social está disponível na área "Legislação". Clique aqui para acessá-la.

4. Qual o perfil do assistente social no Brasil (idade, religião, participação política, salário médio)?
O Conjunto CFESS/CRESS e a Universidade Federal de Alagoas publicaram, em 2005, a pesquisa "Assistentes Sociais no Brasil - Elementos para o estudo do perfil profissional", que traz alguns dados sobre esse tema. CLIQUE aqui para obter a edição virtual dessa pesquisa.

5. Qual a cor do Serviço Social?
Verde.

6. Quais os símbolos do Serviço Social e o que eles significam?
Turmalina Verde: Pedra Brasileira singela por excelência, ninguém procura falsificá-la. Simboliza a esperança e a sinceridade.

Estrela dos Reis Magos: Lembra num mesmo facho, a suprema caridade do redentar e o elevado ideal dos Reis Magos que, segundo e na renúncia dos próprios bens e comodidade encontrou a LUZ. Simboliza o espírito de fraternidade universal e de sacrifício pelo bem dos homens.

Balança com a Tocha: Exprime o caráter da justiça social; mais moral que jurídica, à punição do que erro, preferindo a redenção. Simboliza que pelo amor e pela verdade tudo pode ser removido.

7. Por que se comemora o 15 de maio como o Dia do Assistente Social?
O dia é comemorado em virtude do Decreto 994/62 que regulamenta a profissão do assistente social e cria os Conselhos Federal e Regionais ter sido editado em 15 de maio de 1962. Assim, embora a profissão tenha sido legalmente reconhecida por meio da Lei no. 3252 de 27 de agosto de 1957, somente em 15 de maio foram regulamentados e instituídos os instrumentos normativos e de fiscalização, na época Conselho Federal e Regional de Assistentes Sociais. Hoje com a edição da Lei 8662 de 08 de junho de 1993 - Conselho Federal e Regionais de Serviço Social.

8. Quantos assistentes sociais existem no Brasil?
Atualmente existem no Brasil 104 mil assistentes sociais, sendo que 61 mil estão inscritos nos CRESS em exercício profissional.

Fonte: http://www.cfess.org.br/servicos_perguntas.php

DIA DO ASSISTENTE SOCIAL


Em 15 de maio é comemorado o dia do Assistente Social.

Antigamente, essa carreira era guiada pelas doutrinas religiosas e voltada para a filantropia e caridade.


Porém, a partir da década de 60, o assistencialismo deu lugar à profissionalização.


A formação permite a esses profissionais esclarecer às pessoas seus direitos e a viabilizar seu acesso de maneira legal.

Para tanto, equilíbrio emocional, neutralidade e conhecimento da realidade socioeconômica e política do país são elementos essenciais para o bom trabalho do Assistente Social.


Além disso, ele elabora, implementa e coordena projetos de políticas sociais, fazendo da cidadania e da inclusão, bens públicos.


Parabéns pelo seu dia, Assistente Social!

Fonte: www.voluntariosemacao.org.br

Índios brasileiros usam câmeras, computadores e blogam na internet.

Filme que estreia nesta semana mostra como indígenas lidam com a tecnologia

Celulares, câmeras, computadores e internet vêm sendo ferramentas  importantes para as tribos

Celulares, câmeras, computadores e internet vêm sendo ferramentas importantes para as tribos

Estreou nesta semana o curta-metragem Indígenas Digitais, no Oi Futuro, em Ipanema, no Rio de Janeiro. O documentário retrata como indígenas de várias etnias estão utilizando a tecnologia para troca de informação e aprendizado.

Resultado da parceria da ONG Thydewá com a Cardim Projetos, o filme mostra integrantes de várias nações indígenas, como a Tupinambá (BA), a Pataxó Hahahãe (BA) e a Pankararu (PE), relatam como celulares, câmeras fotográficas, filmadoras, computadores e, principalmente, a internet vêm sendo ferramentas importantes na busca das melhorias para as comunidades indígenas e nas relações destas com o mundo globalizado.

O filme mostra o funcionamento da rede Índios On-Line projeto selecionado em 2004 pelo Programa Oi Novos Brasis, de fomento à inclusão digital, que proporcionou a criação de um portal para facilitar a informação e a comunicação entre sete nações indígenas na Bahia, em Pernambuco e em Alagoas.

Nos últimos 6 anos, o projeto contou com a participação de 500 indígenas de 25 etnias. Através deste, os índios já publicaram 3 mil matérias e receberam 10 mil comentários, num total de quase 2 milhões de visitas ao portal.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

EVOLUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL


A profissão surge no final do século XIX, em 1898, na cidade de Nova York, Estados Unidos. Com a ascensão da sociedade burguesa com o aparecimento de classe sociais, a burguesia (classe social dominante) necessitava de um profissional que cuidasse da área social assistindo a classe proletária. Dessa forma, a classe dominante exerceria um certo controle sobre os proletários. No momento, não existia uma metodologia ou teoria acerca da profissão ou o que era a mesma.

Possui três grandes momentos:

PRIMEIRO MOMENTO (1930 a 1945):
Coincidindo com dois grandes fatos político-sociais: a Segunda Guerra Mundial (Europa) e o período do Estado Novo (Brasil). Os modelos importados não se enquadravam na realidade brasileira e fizeram com que o serviço social fosse assistencial, caritativo, missionário e beneficente. Em 1942 foi criada a Legião Brasileira de Assistência (LBA), que serviria como órgão de colaboração junto ao Estado, para cuidar dos Serviços de Assistência Social. Também foi instituído o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Em 1943 foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), No decorrer da década de 40, as tendências positivas e sociais ganharam cada vez mais força, mas a partir de 1955, o social vai passar a ser mínimo, e o capital máximo, e a busca de uma expansão econômica se engendra a ideologia desenvolvimentista, que tem como proposta um crescimento econômico acelerado, para atingir prosperidade, grandeza material, a paz e a ordem social, tendo como objetivo central superar o estágio transitório do subdesenvolvimento e do atraso e acompanhar as grandes potências mundiais.

SEGUNDO MOMENTO (1945 a 1958):
Acompanhando o desenvolvimento da tecnologia moderna, científica e cultural houve maior intercâmbio entre o Brasil e os Estados Unidos. Os profissionais conscientizaram-se da necessidade de criar novos métodos e técnicas adaptados à realidade brasileira. Em 1946, foram fundados mais dois órgãos importantes para o atendimento dos trabalhadores: o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Social do Comércio (SESC). A ABESS também foi criada em 1946, então denominada Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social, uma década após a instalação do primeiro curso de serviço social no Brasil, a Escola de Serviço Social da PUC-SP.

TERCEIRO MOMENTO (1960 a 2010):
Caracterizando-se pelo movimento de reconceituação e tendo como marco referencial a procura de um modelo teórico-prático para nossa realidade. O serviço social fundamenta sua teoria Ciências Social, para inserir-se nos fenômenos em transição, procurando capacitar o homem para que lute, construa e contribua para as reformas sociais. Na década de 60 acontece a expansão da profissão do assistente social. Essa época é a renovação do serviço social, época também em que grandes mudanças ocorreram na vida social, econômica, política e cultural brasileira. Busca-se uma reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O serviço social se laiciza e passa a estabelecer uma interlocução com as ciências sociais e se aproxima dos movimentos de esquerda.

Minha Profissão é... Assistente Social

domingo, 25 de abril de 2010

A PROFISSÃO DE ASSISTENTE SOCIAL


A profissão Serviço Social surgiu no Brasil em 1930 e foi regulamentada em 27 de agosto de 1957.

O Serviço Social é uma das profissões que surgiu em decorrência das problemáticas sociais. Desde seus primórdios aos dias atuais, a profissão tem se redefinido, considerando sua inserção na realidade social do Brasil, entendendo que seu significado social se expressa pela demanda de atuar nas desigualdades sociais e econômicas, campo de atuação profissional, visíveis na pobreza, violência, fome, desemprego, dentre outras, ou seja, busca atender às necessidades da coletividade, trabalhando contra a exclusão social.

Com isso, os assistentes sociais são profissionais capacitados para analisar a realidade social de forma que possam intervir nas questões sociais através da elaboração, execução e avaliação de políticas sociais, visando o desenvolvimento humano.

A profissão é regulamentada pela lei 8662 de 07 de junho de 1993 e para exercê-la, é indispensável que o profissional faça seu registro junto ao Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) no Estado onde pretenda atuar.

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

Saber ouvir e falar (expor, orientar, esclarecer) é muito importante para o profissional de Serviço Social, pois o mesmo trabalha na intervenção junto aos indivíduos sociais e com grupos.

A escuta e a capacidade crítica de analisar os fatos é fundamental na hora do atendimento. O modo de falar e a prática da paciência e perseverança fazem a diferença, pois a resolução das demandas não depende somente dele e sim de um nível hierárquico maior.

Em sua rotina de trabalho o Assistente Social atende desde pessoas semi-analfabetas até diretores e assessores com PHD.

ÁREA DE ATUAÇÃO

O maior empregador do Serviço Social é o setor público; mas o profissional se faz presente em várias instituições, principalmente às relacionadas à: desemprego, aprisionados, crianças em situação de rua e em situação de risco, portadores de necessidades especiais, conflitos familiares, doentes, idosos, famílias de baixa renda, dentre outros problemas relacionados às questões sociais.


MERCADO DE TRABALHO

O Assistente Social é inserido em diversos campos de trabalho, como saúde, educação, habitação, assistência social, previdência social, meio ambiente, na área jurídica, nas varas da infância e juventude, da família e em instituições vinculadas ao sistema penal.

O Assistente Social, pode ser contratado por várias instituições, como: prefeituras, associações, entidades assistências, sistema judiciário e presidiário, empresas, ONG’s, fundações, universidades e assessorias.

REMUNERAÇÃO

O salário depende da área de atuação, da experiência do profissional, assim como o tipo de empregador e a região em que está lotado, variando, portanto, bastante.
De acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a média salarial de um profissional de Serviço Social gira em torno de R$2.076,00 Porém, o salário pode em alguns caso ser de R$800,00, a depender das variáveis em questão (gênero, etnia, região, etc).

Confira o simulador elaborado pela FGV: http://www.fgv.br/cps/simulador/quali2/educacaoxRenda/educacao_renda.htm


ESPECIALIZAÇÃO PARA O CURSO

Especialização em Criminologia; Saúde Mental da Infância e Adolescência; Curso Interdisciplinar de Especialização em Adolescência; Política Social; Saúde Publica; Movimentos Sociais; Saúde e Reabilitação; Terceiro Setor, Fundamentos Históricos do Serviço Social; Idosos, Direitos Humanos; Atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica, entre outros.

DIREITOS E DEVERES DO ASSISTENTE SOCIAL

Os deveres e direitos dos Assistentes Sociais estão presentes no Código de Ética Profissional.

Acesse o Código na página: http://www.cfess.org.br/arquivos/legislacao_etica_cfess.pdf


sábado, 24 de abril de 2010

Assistente Social??



O Serviço Social é uma profissão com teorias e metodológias que busca intervir na complexa realidade social, cujo o objetivo consiste em promover mudanças sócias, tanto na sociedade em geral como nas suas formas individuais de desenvolvimento. Os assistentes sociais dedicam-se ao trabalho em favor do bem-estar e da realização pessoal dos seres humanos; do desenvolvimento e utilização disciplinada do conhecimento científico relativo aos comportamentos das pessoas e sociedades; do desenvolvimento de recursos destinados a satisfazer necessidades e aspirações individuais, colectivas, nacionais e internacionais; da realização da justiça social.
O Serviço Social é atualmente regulamentada no Brasil pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e seus respectivos Conselhos Regionais, mediante a Lei nº 1989/53, sendo que a profissão de Assistente Social foi regulamentada pela Lei nº 3252, de 27 de agosto de 1957.

Assistente social relata experiência no Haiti (Documentário)


Arroio do Tigre

Haitiano é retirado vivo dos escombros quase 1 mês depois de terremoto

A repetição diária de alagamentos, enxurradas, deslizamentos de terras, pessoas desalojadas, mortes, terremotos e catástrofes tomaram conta dos noticiários e amedronta as pessoas, principalmente com a proximidade e o envolvimento da região nos fatos. Os problemas nos últimos meses também atingiram o Vale do Rio Pardo e o Centro-Serra, com as fortes chuvas. E no final de janeiro houve o drama dos turistas que ficaram ilhados em Machu Picchu, no Peru.

Em meio a tudo isso, surgem exemplos de vida e trabalho de quem viveu durante cinco anos no Haiti, país devastado no início do ano por um terremoto – principalmente na capital, Porto Príncipe – que matou milhares de pessoas. A arroio-tigrense Maria de Lourdes Hackenhaar, 58 anos, assistente social do município e técnica em enfermagem, possui em seu currículo de vida uma experiência pelo país da América Central.

Em 1994, com a guerra civil no Haiti e a derrubada do presidente Jean Beltran Aristides, a irmã brasileira Santina Perin, amiga de Maria de Lourdes e que trabalhava naquele país, não suportava ver a ditadura e as matanças desenfreadas de pessoas inocentes e lideranças do povo. “Com freqüência, os meios de comunicação mostravam as imagens cruéis e os cadáveres de humanos apodrecendo nas ruas, sendo devorados por urubus e porcos”, lembra Maria. Inconformada com a situação, a irmã Santina, com dois sacerdotes de países vizinhos, tomou uma atitude e foi para o alto- mar, num barco com os fugitivos haitianos. Ela denunciou para as autoridades do mundo a situação interna do Haiti, através de mensagens e notas enviadas ao Itamaraty e Marinha Americana.

Diante dessa situação, Maria de Lourdes explica que Santina ficaria impedida de retornar ao Haiti. “O projeto iniciado pelas irmãs brasileiras naquele país estava prejudicado e seria necessária outra irmã para compor a equipe. Assim, movida pela realidade e por um grande apelo interior de somar e contribuir com aquele povo renunciei a tudo e imediatamente, em concordância com as irmãs superioras, procurei cursos de língua francesa para viajar ao Haiti”, explica. A assistente social participou de um curso em Brasília. Depois disso, seguiu viagem para o Piauí a fim de fazer o processo de adaptação ao calor.

Maria de Lourdes embarcou no dia 8 de março de 1995, consciente de que permaneceria no Haiti por cinco anos, sem retorno, e que seria um “morrer e renascer novamente”. Isto é, seria necessária a adaptação a uma nova cultura, costume e língua (o Kreyol).
MARCAS DA POBREZA ESTÃO EM TODAS AS ÁREAS DO PAÍS

Maria de Lourdes passou a integrar uma equipe técnica no Haiti, formada por 40 pessoas entre agrônomos, técnicos agrícolas, médicos, enfermeiras e técnicos em gerenciamento do projeto de desenvolvimento aos pequenos agricultores Pred/Karitas. Ela passou a residir na cidade de Jeremie, no extremo sul do Haiti. “Ao chegar, o diretor, um padre haitiano (sociólogo), aconselhou-me com três palavras: paciência, paciência e paciência. A inserção naquele país foi muito gratificante, foi na verdade ‘um renascer de novo’”, conta. A assistente social trabalhou com agricultores e jovens.

A arroio-tigrense também ressalta as características da cultura e costumes no Haiti. “Lá as terras são montanhosas. Os haitianos cozinham a base de carvão e acabam desmatando. A alimentação é uma vez ao dia e o almoço é feito por volta das 16 horas. Também existem grandes erosões. Para plantar milho, por exemplo, não se encontra chão; eles colocam as sementes entre as pedras. A forma de cozinhar é embaixo de uma árvore, em panelões. Também tem muita comida estragada, cheguei a ter intoxicações alimentares. Existem muitos rios e montanhas. Para caminhar, usa-se um bastão por causa dos pedregulhos. Uma das diversões dos jovens são os acampamentos nas matas.”

De acordo com a assistente social, a saúde é um caos. “Não existe saúde pública no Haiti. Eles se baseiam na ação curativa de chás. Se estes não dão resultado, consideram a pessoa sem condições de vida. Nesse caso, ela é deitada no chão batido e deixada à espera da morte.”

Outra questão que chama atenção é a importância dada aos estudos. “A alegria dos haitianos é estudar e ter uma mochila nas costas. Mas as regras são rígidas. Em dia de prova, o diretor aguarda na porta de entrada e cobra uma mensalidade para fazê-la. Quem não pagar perde os estudos. As mães também acordam na madrugada, pois as crianças têm que chegar ao colégio com os cabelos trançados. Caso contrário, não são aceitas.”
CENÁRIO DE MISÉRIA
• Marca – O que mais marcou a arroio-tigrense foi à chegada no Haiti. “No aeroporto tinha vários homens esperando meu desembarque. Todos brigaram para carregar as sacolas e, com isso, ganhar uma gorjeta. Lá, os favores são cobrados. A haitiana que me recebeu deu gorjeta para três homens e os outros, quando saímos de carro, se seguraram no veículo impedindo nossa saída. Tivemos que parar e dar gorjeta para os demais.”
• Vínculo – Maria de Lourdes diz que, depois que passou a viver no Haiti, achou difícil se desvincular. “Eu criei um vínculo forte. É um povo alegre, festivo e todos vivem no mesmo nível.” Ela retornou ao Brasil em 2001, por problemas pessoais e familiares. Voltou à terra natal para um período de descanso e readaptação ao Brasil. “Nisso o prefeito de Sobradinho na época, Lademiro Dors, me procurou para trabalhar. Eu aceitei. Depois fiz concurso e vim para a Prefeitura de Arroio do Tigre.”
• Voltar – A arroio-tigrense quer retornar ao Haiti. Tanto que se inscreveu na Defesa Civil federal e na Secretaria de Saúde do Estado. “Tenho muita vontade de voltar. Sempre tive. O que está me bloqueando é a questão da aposentadoria.”
• Pobreza – Perguntada sobre o motivo da pobreza no Haiti, ela é enfática: “O país não tem estrutura econômica. Terra e ecologia é um caos. Só pedras. Há poucas várzeas, em que se produz arroz e banana. Não existem fábricas. Os haitianos vivem só do comércio (feiras)”. • Terremoto – Maria de Lourdes conta que o Haiti era muito bonito no passado. “Tinha pérolas antigas, praias. As referências principais foram para o chão. Hoje não há como conseguir recursos para reconstruir.”

Texto escrito por Magali Drachler